Publicado em 28/03/2016 às 10h17.

‘Neto só tem feito para beneficiar o setor imobiliário’, diz vereador

Everaldo Augusto culpa gestão do democrata como responsável por "acentuar" colapso econômico em Salvador

João Brandão
Vereador Everaldo Augusto (PCdoB) (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)
Vereador Everaldo Augusto (PCdoB) (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)

 

O vereador de Salvador Everaldo Augusto (PCdoB), em entrevista ao programa Uziel Tá na Área, com Evilásio Junior, na Rádio Vida FM 106,1, nesta segunda-feira (28), criticou o governo do prefeito ACM Neto. Para ele, a gestão do democrata tem contribuído para aumentar a crise econômica nacional na capital baiana.

“Salvador vive uma crise financeira. Funcionário público o ano todo em greve. Corte em todas as secretarias. Contingenciamento em geral. Praticamente a prefeitura está parada. O prefeito vai gastar R$ 62 milhões em publicidade. Ou seja, para quem está raspando os cofres, vai gastar com publicidade? Como? Se está faltando dinheiro para tudo, ou ele está chegando ao final do mandato e entregando os pontos, ou é muita irresponsabilidade. A cidade precisa de uma interferência propositiva para a crise econômica, mas Neto só tem feito para beneficiar o setor imobiliário. Só esse setor. A prefeitura não faz nada com a economia solidária, ao comércio. O comércio está desmilinguido. Ele tem contribuído para acentuar a crise”, disse.

(Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)
Vereador Arnando Lessa (PT) à direita (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba / arquivo)

 

Planilha – Por telefone, o vereador Arnando Lessa (PT) comentou sobre a inscrição do seu nome na lista apreendida durante a operação “Acarajé” e liberada pela força-tarefa da Operação Lava Jato na última terça-feira (22), em que aparecem pelo menos 200 políticos de 18 partidos e as contribuições financeiras que receberam da empreiteira ao longo de anos. O edil disse que vai processar a empresa. “Vou adotar medidas jurídicas. Nunca tive relação com Odebrecht. Não recebi apoio da Odebrecht. Quero que comprove meu nome. Não pedi, não recebi. Desconheço a motivação de o meu nome estar na lista”, enfatizou.

Apesar da ameaça de processo, Lessa argumentou que os colegas incluídos na planilha podem ter recebido doações legais. “A regra, até a eleição passada, é de que a campanha pudesse receber dinheiro de empresas. Isso é legal. Agora, tem que apurar se houve doação eleitoral com propina”, completou.

Bônus – Em um dos documentos liberados pela Lava Jato, um e-mail, datado de 29 de agosto de 2012, enviado pelo executivo da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares – considerado foragido pelo juiz Sérgio Moro – a outros dois executivos da empreiteira: Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, preso preventivamente durante a 26ª fase da operação, denominada “Xepa”, mostra os candidatos a prefeito de Salvador na época, ACM Neto (DEM), Nelson Pelegrino (PT) e Mário Kertész (PMDB) como destinatários de pagamentos “a serem efetuados via bônus” pela construtora.

Para o vereador Everaldo, o termo se refere a um pagamento registrado. “É uma denominação de contribuição eleitoral da própria Justiça Eleitoral para contribuições às campanhas. Ao ser candidato, ele recebe uma quantidade de bônus”, justificou.

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