Publicado em 25/04/2016 às 08h35.

Na roda viva do poder, Geddel volta ao topo

Geddel também é discreto; mas em Brasília, peemedebistas dizem que apostar na ascensão de Geddel é pule de dez

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Uma república sem cidadãos de boa reputação não pode existir nem ser bem governada; por outro lado, a reputação dos cidadãos é motivo de tirania das repúblicas”

Nicolau Maquiavel, historiador, poeta e diplomata italiano, tido como o pai da ciência política (1469-1527)

Montagem bahia.ba
Montagem bahia.ba

 

Se a pergunta ao deputado Lúcio Vieira Lima é qual a chance de Geddel, irmão dele, ser ministro no governo de Michel Temer, a resposta é pronta:

— Pergunte a Temer.

Geddel também é discreto. Diz que não é hora de falar. Mas em Brasília, peemedebistas dizem que apostar na ascensão dele é pule de dez.

As especulações têm a ver. Geddel é amigo pessoal de Temer de longas datas. “Por isso se diz que só não será ministro se não quiser”.

Novo cacife

Aliás, na Bahia, todos estão convencidos disso. Tanto que alguns vislumbram mudanças na relação com ACM Neto.

Ou seja, com o cacife engordado pela influência federal, Geddel teria um peso bem maior para discutir o vice.

O certo disso é que Neto diz que não quer briga com Geddel e vice-versa.

É mais em cima

O senador Walter Pinheiro diz que Dilma e Michel Temer são farinha do mesmo saco, ganharam a eleição juntos e governaram idem, por isso, com o impeachment, a posse do vice é apenas a sequência do mesmo projeto, por isso propôs o projeto que antecipa a eleição presidencial para outubro.

Geddel não engole. Diz que Pinheiro saiu do PT e chegou a anunciar que votaria a favor do impeachment:

– Isso deixa claro que a ida dele para a Secretaria de Educação nada mais é do que uma articulação para tentar garantir o voto com o suplente, Roberto Muniz.

Jogando a toalha

Petistas baianos entraram em um clima de ‘já perdeu’ na questão do impeachment de Dilma. Dizem que reverter a situação oscila entre o muito difícil e o impossível. E já conversam entre si sobre o amanhã.

A questão: há um monte deles empregados em Brasília. Como vão ficar? Até porque, por mais boa vontade que Rui Costa tenha, o governo baiano não cabe.

Foto: Roberto Viana/Ag. Haack/bahia.ba
Foto: Roberto Viana/Ag. Haack/bahia.ba

 

E Juca?

O mais notável dos candidatos a desempregado é Juca Ferreira, ministro da Cultura, que se coloca como prefeiturável para enfrentar ACM Neto.

No tititi, se diz até que, em último caso, ele poderia assumir a Secretaria de Cultura, no lugar de Jorge Portugal.

Por enquanto, é conversa de quase desemparados, ressalte-se.

Cunha na mira

Já os oposicionistas (baianos inclusos) também admitem intramuros: manter Eduardo Cunha, se não na presidência da Câmara, mas como deputado (para assegurar a imunidade que vira impunidade), também não vai dar.

A previsão é a de que a sociedade irá com tudo para cima dele cobrar a punição.

Efeito colateral

E por falar na disputa em Salvador, do jeito que a coisa vai, a total indefinição do candidato governista que vai polarizar com Neto, está causando um efeito colateral.

Chove candidato a vereador na horta de Neto. Até porque, o outro lado está completamente sem referências.

Em tempo: nisso, a crise ajudou Neto.

Os únicos

Até agora, na banda governista, só o deputado Sargento Isidório (PDT) e a deputada Alice Portugal (PCdoB) declaram-se candidatos. Os dois têm pouca capilaridade, dizem aliados do governo.

rede

 
Mudança de rumo

O senador Walter Pinheiro, que dizia ser uma das suas alternativas curtir a rede da varanda de casa, diz que, com a ida para a Secretaria de Educação, o projeto mingou:

— Diz minha mulher que aí a rede dançou mesmo nem a de Marina e nem a de casa.

Fundac patina

Antonio Barreto, diretor da Mirabella Comércio e Indústria de Alimentos e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios, diz que a Fundac, para onde fornece alimento de presos (menores infratores), está pegando pesado com o segmento: não deu o reajuste anual de 10,78% previsto em contrato e sequer repôs a inflação:

— Como podemos sobreviver assim? Temos que pagar salários de funcionários reajustados e os preços de frutas, verduras, cereais quase triplicaram.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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