Publicado em 18/12/2019 às 16h21.

Oposição pedirá veto integral a projeto que tira nome de Paulo Freire de escola

Marta Rodrigues, líder do PT na Câmara, ressalta que pedido conta com apoio de nomes de vereadores da base de ACM Neto

André Carvalho / Chayenne Guerreiro
Foto: Chayenne Guerreiro/bahia.ba
Foto: Chayenne Guerreiro/bahia.ba

 

A vereadora Marta Rodrigues, líder do PT na Câmara Municipal de Salvador, afirmou nesta quarta-feira (18), que pedirá o veto total do projeto lei do vereador Alexandre Aleluia (DEM) que altera o nome da Escola Municipal Paulo Freire para Escola Municipal José Bonifácio, aprovado na Casa nesta terça (17). A petista afirmou que o pedido não parte apenas da oposição e conta com apoio de nomes de vereadores da base de ACM Neto, como Teo Sena (PHS) e Odiosvaldo Vigas (PDT).

Marta, que na terça chamou de “golpe” a alteração do nome da escola localizada no Arraial do Retiro, afirmou que o projeto entrou na ordem do dia de “última hora” e sem a especificação de que seria uma escola com o nome do patrono da educação brasileira que teria o nome alterado para o de “um monarquista”.

Em conversa com a reportagem do bahia.ba, ela chorou ao falar de Paulo Freire, a quem afirma ter como “referência de escola construtivista” e disse que Aleluia sequer saber onde fica a escola – para ela, o projeto é puramente ideológico, baseado em “raiva” e “ódio” de quem não tem como fazer uma proposta para a educação.

“Estou pedindo veto total ao prefeito. A gente está aqui elaborando um documento. Eu vou discutir a ata agora pedindo veto”, disse ela, ressaltando que o pedido terá apoio de vereadores da base de Neto. Um deles é Teo Senna, que também conversou com o bahia.ba.

Para o edil do PHS, “é triste um vereador que nunca foi no Arraial do Retiro, propor um projeto apenas pela questão ideológica”, sem sequer conversar com a comunidade que será afetada. “Hoje conversamos com a diretora da escola e ela está revoltada com isso. Vamos continuar brigando e se o prefeito não vetar o projeto vamos propor um abaixo-assinado e, em último caso, acionar o Ministério Público.

“Paulo Freire é um embuste, um canalha”

Alexandre Aleluia afirma que faltou vontade para os vereadores estudarem melhor o projeto. Para ele, sobrou “preguiça” no momento de análise do projeto e, agora, há “muito mimimi”. “O problema é que o pessoal da esquerda, quando começa a perder, começa a ficar agarradinho na palavra golpe. golpe pra lá e golpe pra cá”.

O vereador afirmou ao bahia.ba que “o projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, foi aprovado na Comissão de Orçamento, estava no Diário Oficial, na ordem do dia, assim como vários projetos da oposição estavam na ordem também e foram aprovados”.

Ele justificou a proposição do projeto, classificando o educador brasileiro, considerado um dos maiores intelectuais do mundo de todos os tempos, como “um canalha que apoiava Mao Tsé-Tung e Che Guevara”.

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