Publicado em 18/12/2015 às 09h21.

PM acusa deputado de racismo; Targino promete ‘limpeza ética’

Democrata acusa Marcelo Nilo e Yuri Lopes, chefe da Assistência Militar da AL-BA, de “plantar” acusação e afirma: “chegou a coronel sem ter serviço comprovado na polícia”

Evilasio Junior
Foto: Divulgação
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O deputado estadual Targino Machado (DEM) negou, em entrevista ao bahia.ba, ter cometido ato de racismo contra um policial militar lotado na Assembleia Legislativa (AL-BA). De acordo com uma reportagem publicada nesta sexta-feira (18) pelo jornal A Tarde, o sargento Lourival Araújo acusa o político de chamá-lo de “neguinho” e desferir quatro tapas contra ele. O fato teria ocorrido na sessão do último dia 9 de dezembro, em meio a uma confusão com estudantes universitários, que protestavam contra a votação de um projeto na Casa.

O caso foi denunciado ao coronel Yuri Lopes, chefe da Assistência Militar da AL-BA, e encaminhado pelo presidente Marcelo Nilo ao Conselho de Ética do parlamento. “Eu sou afrodescendente, filho de afrodescendente, com avós negras, e quem me conhece sabe que no meu histórico não tem essa mácula. Fui prefeito de São Gonçalo dos Campos, de 1989 a 1992, e abri a prefeitura para os pobres e excluídos – a maioria esmagadora de afrodescendentes da minha terra. Nunca, nesses 30 anos de política, sofri esse tipo de acusação”, defendeu-se Targino.

De acordo com o democrata, a denúncia é fruto de uma “orquestração” de pessoas que “tiveram os interesses contrariados”. “O presidente da Assembleia e o coronel precisam explicar o rito meteórico pelo qual ele conseguiu chegar a coronel sem ter serviço comprovado à polícia da Bahia e aos baianos. Ele continua prestando serviço a quem o indicou e é uma vergonha pegar o seu subalterno, prometer sabe-se lá o quê, para assinar declarações desse tipo, utilizando-se da mais venal das provas, que é a testemunhal”, apontou o deputado.

Targino Machado diz esperar que a ação de quebra de decoro seja de fato instalada no Conselho de Ética. “A gente tem que começar a fazer, a partir desse processo, uma faxina ética na Assembleia Legislativa. Não tenho medo de Marcelo Nilo nem de coronel. Tenho respeito a todos. Fui eleitor de Marcelo Nilo, que era meu amigo pessoal, e meu padrinho de casamento. Não me arrependo de nada nessa vida, mas não era esse o Marcelo que eu conheci, que ficou 16 anos na oposição e se dizia ‘libertário’. Crítico ferrenho do regime de outrora, o carlismo. Hoje ele tem o lado dele mais carlista do que o prefeito de Salvador, ACM Neto”, comparou. Esta semana, o parlamentar já tinha sido acusado de xingar o próprio chefe da Assistência Militar da AL-BA.

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