Publicado em 05/12/2019 às 19h00.

Relator de processo de Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética prevê ‘pressão grande’

"Minha expectativa é de uma pressão gigante. Imagino que é o tema mais delicado que o conselho irá tratar esse ano", disse o deputado Igor Timo (Podemos-MG)

Redação
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

 

O deputado Igor Timo (Podemos-MG), oficializado nesta quinta-feira (5) como relator do processo que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) responderá no Conselho de Ética por ter defendido o retorno do AI-5, prevê que sofrerá uma “pressão grande” – tanto pelo lado da situação como da oposição – para conduzir a ação.

“Minha expectativa é de uma pressão gigante. Imagino que é o tema mais delicado que o conselho irá tratar esse ano. Tem essa questão familiar, do vínculo (de Eduardo) com o presidente. E a oposição, obviamente, terá uma postura bem contundente ao que foi dito por ele”, disse Timo.

“E, com certeza, pressão dos dois lados. Ambos têm interesse diretos aí para serem defendidos. Mas precisamos ter equilíbrio, um entendimento técnico. O momento é de polarização política, e não podemos deixar personalizar. O Conselho tem estado muito atento, buscando coibir qualquer prática que fuja do debate de ideias”, concluiu.

No dia 31 de outubro, Eduardo Bolsonaro defendeu, em entrevista concedida à jornalista Leda Nagle, a deflagração de um novo AI-5 – ato que marcou o início do período mais duro da ditadura militar (1964-1985).

“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, militares”, disse, à época. “Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar ter uma resposta, e uma resposta pode ser via um novo AI-5. Pode ser via uma legislação aprovada através de plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”.

A declaração do deputado federal motivou duas representações, uma protocolada pela Rede Sustentabilidade e outra oficializada, de forma conjunta, por por Psol, PT e PCdoB.

Há, ainda, uma terceira representação, apresentada pela ala bivarista do PSL por conta das ofensas trocadas entre o filho do presidente Jair Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) depois que ela perdeu a liderança do governo no Congresso – esta ação tramitará de forma independente em relação àquela que se refere à declaração sobre a volta do AI-5.

Empresário da área de segurança, Timo está em seu primeiro mandato e já fez vídeo ao lado de Bolsonaro em defesa da liberação do porte para a categoria.

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