Publicado em 22/04/2017 às 14h30.

Revelações da Odebrecht ameaçam delação premiada de Delcídio

Em seu acordo de colaboração, senador cassado teria omitido informações sobre repasses recebidos da empreiteira; caso está sob avaliação da Procuradoria-Geral da República

Redação
Ex-senador Delcídio Amaral (Foto: JusBrasil)
Ex-senador Delcídio Amaral (Foto: JusBrasil)

 

Homologado em 2016, o acordo de colaboração do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) pode ser anulado. O motivo, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), é que o depoimento do ex-congressista apresenta inconsistências ao ser confrontado com revelações dos ex-executivos Benedicto Júnior e Rogério Santos de Araújo, da Odebrecht, sobre repasses para campanhas eleitorais em troca da atuação dele em casos de interesse da empreiteira.

Outras delações também estão na mira do Ministério Público após a quebra de silêncio da Odebrecht. A do ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco, por exemplo. Ele “esqueceu” de mencionar aos investigadores o pedido feito ao ex-executivo da Odebrecht Rogério Araújo para que guardasse em sua casa 24 garrafas de vinho de primeira categoria – cada garrafa está avaliada em US$ 10 mil. A solicitação teria sido feita, logo após o início da operação, segundo Araújo, mas omitida no depoimento de Barusco.

A “punição” pela omissão de informações varia de uma revisão das penas ao rompimento do acordo.

Colaboração – O acordo de delação de Delcídio foi homologado em 15 de março de 2016 pelo ministro do STF Teori Zavascki, morto em janeiro em acidente aéreo. À época, ele afirmou não ter recebido qualquer valor em propina atrelada à Refinaria de Pasadena (EUA) e disse que jamais participara de reuniões sobre a obra. Em seus depoimentos, tornados públicos recentemente, tanto Rogério Araújo, ex-diretor da Odebrecht,  como Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora Norberto Odebrecht, citam repasses ao ex-parlamentar.

Responsável pela defesa de Delcídio, o advogado Antônio Figueiredo Basto, disse que não comenta a colaboração da Odebrecht. Com informações do jornal O Estado de São Paulo.

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