Publicado em 03/12/2018 às 17h00.

Rui nega que tenha omitido situação da Previdência na eleição

O governador afirmou que não só explanou o assunto em sua campanha, como teve uma conversa direta com o Presidente Michel Temer para alertar sobre a gravidade do problema

Juliana Almirante
Foto: Paula Fróes/Gov-BA
Foto: Paula Fróes/Gov-BA

 

O governador Rui Costa negou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (3) ter omitido situação da Previdência do Estado no período eleitoral. Ele afirma que além de ter alertado sobre a gravidade das previdências (estadual e da União) durante sua campanha, foi questionado sobre o assunto em uma reunião com o presidente Michel Temer, na qual alertou não só para o presidente, como para outros 26 governadores presentes na reunião.

“Minhas entrevistas estão todas gravadas. Em todas eu afirmei a gravidade das previdenciais. Não só o fiz durante a campanha, mas me lembro que na primeira reunião que o Temer fez com os 27 governadores meses após ter retirado a aposentadoria da Dilma, para discutir medidas para o Brasil e um dos temas era a previdência. Me lembro muito bem que todos os governadores tinham falado e eu não e ele pediu que eu falasse dessa minha opinião. E eu disse: ‘Presidente, se você pautar o debate apenas sobre previdência publica eu entro no debate, porque eu acho que essa é a questão mais emergencial do país, mas se você incluir na reforma a retirada de benefícios das pessoas mais pobres, das pessoas de 70 80 anos, trabalhadores rurais, trabalhadores dos centros urbanos, que é quase uma sobrevivência dessas pessoas que recebem um salario mínimo de aposentadoria, não conte comigo’, e o projeto que ele enviou mexia completamente na aposentadoria inclusive dos mais pobres. E é por isso que nós nos posicionamos contra e eu serei contra qualquer medida dessa”, revelou.

O governador se defendeu ainda das críticas da oposição a sua proposta. “Eu sempre defendi, inclusive durante o governo do PT, que a previdência rual deixasse de ser verba da previdência, que fosse na verdade uma verba de assistência social. Porque você nunca encontrará um calculo atuarial que seja equilibrado para a previdência rural”.

Rui disse ainda que “é incabível” que os direitos da população rural sejam suprimidos quando há uma alternativa. “As pessoas estão em um país como o nosso, população rural grande, muitas que vivem inclusive sem carteira de identidade. Você não pode dizer que um senhor de idade de 70 anos, de 80 anos, vai ficar com fome porque ele não tem qualquer benefício do estado. Então eu acho que eles são merecedores de ter algo para se alimentar e se sustentar na velhice. Isso não pode ser suprimido pela ganância daqueles que querem ter uma previdência complementar ou privada, que interessa muito aos bancos”.

O governador usou a Alemanha como exemplo do que ele acredita que seria a melhor opção para o Brasil numa reforma. “Na Alemanha, um servidor público ele pode ser professor e funcionário da Fazenda. Se ele se aposentar, ele tem que escolher uma aposentadoria. Se ele se aposentar e for trabalhar em uma empresa privada, a aposentadoria é reduzida em 40%. E a gente paga duas, três, quatro aposentadorias no serviço público para alguns. A gente se dá o luxo de pagar benefícios para gente que não tem”.

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