Publicado em 30/11/2015 às 17h20.

Rodoviários cobram pagamento de PLR e não descartam paralisação

Fernando Valverde

Uma nova greve de rodoviários pode ocorrer em Salvador por causa de um impasse entre a categoria e os empresários do transporte urbano. Após inúmeras reuniões e tentativas de acordo frustradas, os rodoviários lançaram um alerta à categoria e aos usuários do sistema para a possibilidade de uma paralisação até o final do ano. A discussão gira em torno do pagamento da chamada Participação nos Lucros e Resultados (PLR), uma espécie de bônus ofertado pelo empregador ao funcionário de acordo com os resultados da empresa.

“Cumprimos todas as etapas exigidas por lei, mas os empresários não. Chegamos ao final do ano sem uma definição da PLR. Os trabalhadores não aceitarão perder seus direitos”, defende o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira.

O acordo da PLR, que evitou a greve na Campanha Salarial de Maio, previa a formação de uma comissão para definir o modelo que seria implementado na Bahia, mas, segundo a entidade de classe, houve resistência do patronato na execução do projeto. “Os trabalhadores indicaram os nomes para compor a comissão, mas o patronato não cumpriu sua parte, empurrou com a barriga apostando que o tempo se esgotaria sem reação dos trabalhadores. Apostou errado”, criticou Ferreira.

 

Tentativas de Acordo – No mês de setembro, diante do impasse, o sindicato solicitou a intermediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e novas reuniões foram organizadas, sem consenso entre as partes: “Foram cinco reuniões que serviram para confirmar a intenção dos patrões de passar por cima do acordo. Chegamos a sugerir que pagasse um abono em 2015 e fossem discutidas as metas para 2016, mas eles não aceitaram. Queriam fixar metas impossíveis de serem cumpridas em menos de dois meses”, argumenta Hélio Ferreira.

A proposta apresentada pelos empresários ao sindicato foi de que a primeira parcela do PLR, só seria paga em dezembro de 2016 ou janeiro de 2017, porque os consórcios não teriam atingido o nível suficiente de lucro líquido que permitiria o pagamento do bônus.

A categoria sinalizou uma contraproposta, em que as empresas deveriam dar uma “compensação financeira” pelo alargamento do acordo, o que ainda não foi aceito. “Estamos abertos à negociação e aguardando para conversar com o gestor do sistema. Se houver paralisação, a responsabilidade será inteiramente dos empresários que insistem em não cumprir o acordo”, acusa o presidente.

De acordo com Jorge Castro, assessor de relações sindicais do SETPS, as metas para o pagamento da PLR já foram amplamente discutidas com o sindicato: “Eles [trabalhadores] sabem disso. A PLR não será paga em 2015, pois não temos mais condições de atingir as metas necessárias para isso. Mas estamos estudando as condições para que esse pagamento ocorra em 2016. Mas, para isso, eu preciso primeiro rever o meu balanço anual, que só sairá em 30 de dezembro. Se essa paralisação vier a ocorrer, é uma chantagem com a cidade e uma medida abusiva e irresponsável por parte do sindicato”, aponta Castro.

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