Publicado em 05/11/2015 às 07h00.

Felicidade existe e está ao alcance de todos

Criada há quase 20 anos nos Estados Unidos, psicologia positiva defende o otimismo como caminho para alcançar objetivos

Jaciara Santos
Adriana Prado usa a Ciência da Felicidade em programas de crescimento pessoal
Adriana Prado aplica a Ciência da Felicidade em programas de crescimento pessoal

 

Lembra daquele “…e viveram felizes para sempre” dos contos de fadas tradicionais? Pois fique sabendo: a profecia pode estar mais perto da realidade do que podemos imaginar. Afinal, é possível, sim, viver feliz para sempre. E não necessariamente depois de encontrar o príncipe (ou a princesa) dos sonhos ou ganhar na Mega-Sena. É que são muitas e bem diferentes entre si as visões e conceitos atribuídos à palavra “felicidade”. Para a baiana radicada no México Adriana Martins Lins Prado, 46 anos, especialista e mestranda em psicologia positiva pela Universidade Tecmilenio (México), é de Sonja Lyubomirsky, pesquisadora da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a melhor definição desse sentimento: “Felicidade é uma combinação de alegria, prazer e bem-estar, com uma sensação de significado e propósito”.

Morando atualmente no México, Adriana é associada à consultoria equatoriana The Edge Group, que atua em vários países latinos de língua espanhola e se dedica a estudar e facilitar programas de crescimento pessoal e organizacional, através da aplicação das ferramentas e descobertas da Ciência da Felicidade.

A psicologia positiva já tem quase 20 anos. Foi criada em 1998, pelo professor Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia (EUA).  De lá para cá, vem conquistando o respeito do meio acadêmico, o reconhecimento e a aceitação de diversas pessoas que têm se beneficiado de sua aplicação. Ainda concentrada nos Estados Unidos e em alguns países da Europa – Inglaterra, Espanha, Portugal e Alemanha, por exemplo – a nova ciência começa a alcançar países latinos de língua espanhola e se expande entre os brasileiros, constata a especialista, que é também administradora de empresas e consultora em desenvolvimento humano, com 25 anos de experiência em médias e grandes organizações empresariais.

Adriana: 'A forma como se usa o dinheiro também contribui para o estado de felicidade'
Adriana: ‘A forma como se usa o dinheiro também contribui para o estado de felicidade’

Crise x otimismo – E como será que o brasileiro, atualmente imerso em um mar de crises nos âmbitos econômico, político, moral e institucional, encara a felicidade? Em setembro do ano passado, pesquisa da Ipsos, empresa especializada em pesquisas e análise de mercado,  detectava uma onda de otimismo entre os brasileiros: 81% se declaravam felizes e 84% se diziam otimistas com suas perspectivas financeiras para os próximos seis meses. Hoje, pouco mais de um ano depois, teria esse estado de nirvana se mantido?

Com certeza, e infelizmente, esse estado de otimismo entre os brasileiros não se mantém hoje, pouco mais de um ano depois dessa pesquisa da Ipsos – avalia Adriana, com base em recente levantamento do Ibope. Os números são inquietantes: 36% dos brasileiros estão pessimistas em relação ao futuro do país e outros 12% estão muito pessimistas. “Ou seja, 48% da população está sem esperança sobre o que virá”, analisa. A boa notícia é que, para além das incertezas e desesperanças, há quem ainda enxergue luz no final do túnel, os 21% de entrevistados que se dizem confiantes.

Dinheiro – O estudo da psicologia positiva desfaz alguns mitos. Um dos quais, o de que “dinheiro não traz felicidade”. Não é bem assim. Segundo a estudiosa, pesquisas científicas têm provado que existe uma relação direta entre o nível de renda e a avaliação positiva que uma pessoa faz da própria vida.  “Isso porque o dinheiro permite saciar as necessidades materiais básicas para viver – comida, abrigo, roupas, remédios”, elucida. “Só depois de resolvido isso, é que temos energia para ir atrás das coisas que, de fato, nos fazem felizes”, completa.

Ainda no que diz respeito ao aspecto material, os pesquisadores da nova ciência defendem a existência de uma espécie de “teto econômico” para a saúde emocional de uma pessoa. Em outras palavras, é como se a sensação de felicidade só aumentasse para quem ganhe até certo nível de renda. Depois disso, se estabilizaria. “Resumindo: quanto mais alto é o nível de renda da pessoa, menor é o impacto que o dinheiro pode causar em sua felicidade”, ensina Adriana Prado. “Por exemplo, se perguntamos a um mendigo se dinheiro compra felicidade, provavelmente ele responderá que sim. Mas se a mesma pergunta for feita a Bill Gates, com certeza ele responderá que não”, compara.

A forma como se usa o dinheiro também contribui para o estado de felicidade experimentado, observa a especialista. Pesquisas mostram que gastar dinheiro com bens materiais traz uma felicidade tão efêmera que, às vezes, tangencia a frustração. “Destinar os bens para ajudar outras pessoas, pode produzir emoções muito mais significativas e duradouras”, arremata.

Onde está? – Para quem está interessado em saber em que paraíso a felicidade mora, um aviso: “Na verdade, a felicidade é algo que está dentro de cada um. Para encontrá-la tem que necessariamente olhar para dentro”, orienta Adriana, cuja argumentação se baseia em pesquisas de universidades americanas, segundo as quais 50% da nossa felicidade é determinada por características genéticas, somente 10% por condições externas (moradia, emprego) e 40% por nosso comportamento intencional.

Depois de tanto falar em felicidade, ao final da entrevista, a repórter arrisca a pergunta clichê: e a senhora é feliz? A resposta não poderia ser mais… feliz: “Eu sou uma pessoa feliz. Herdei características genéticas favoráveis e sigo construindo a minha própria felicidade ao longo da vida. Mas também tenho consciência de que nunca terei tudo. Considero que a felicidade inclui as experiências positivas e negativas e depende de cada um o impacto que elas terão em sua vida”.

E você, está esperando o que mesmo para também começar a ser feliz?…

 

Psicologia positiva x programação neurolinguística 

PLN e psicologia positiva são ciências do comportamento
PLN e psicologia positiva: por uma vida melhor

Tanto a psicologia positiva como a programação neurolinguística (PNL) são consideradas ciências do comportamento, se originaram nos cursos de psicologia de universidades americanas. As duas tratam de como as pessoas podem alcançar uma vida mais feliz e mais saudável e do quanto cada um é responsável por sua própria felicidade. Mas as semelhanças ficam por aí.
A PNL surgiu no final dos anos 1960 e compreende uma metodologia que estuda a experiência humana e a geração de novos ou melhorados comportamentos. Apesar de sua popularidade, a PNL segue sendo criticada por não ter conseguido ainda estabelecer um órgão regulador amplamente reconhecido a ponto de impor um código de ética profissional.
Já a psicologia positiva, ou ciência da felicidade, nasceu oficialmente em 1998, dedica-se a estudar as características e comportamentos das pessoas mais felizes e como elevar a média da felicidade das outras pessoas. Seu principal objetivo é fazer pessoas relativamente sem problemas, mais felizes, mais positivas, mais realizadas, mais produtivas, identificar e desenvolvendo os fatores que permitem as pessoas alcançar o melhor de suas vidas. (Fonte: Adriana Prado)

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