Cunha: Dilma teve gesto correto ao enfrentar vaias no Congresso
O presidente da Câmara disse que, por se tratar de uma visita institucional, os parlamentares deveriam ter paciência de ouvi-la, mesmo não concordando
Responsável por ter admitido a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), saiu nesta terça-feira (2) em defesa da petista, que foi alvo de vaias durante discurso na abertura do ano do Congresso. O peemedebista disse que a presidente teve um “gesto correto” ao enfrentar protestos, afirmou que os parlamentares deveriam respeitá-la “institucionalmente” e destacou ser “muito difícil” a aprovação na Câmara da CPMF, uma das principais matérias que a presidente apelou por apoio no pronunciamento.
“Eu acho que todos nós cumprimos um papel institucional, papel institucional leva a algum tipo de constrangimento como esse. Mas foi correto, talvez eu tinha (sic) feito o mesmo”, disse Cunha, em coletiva, ao frisar que não vaiaria a presidente. Ele foi ignorado por Dilma na chegada à solenidade e ontem, em solenidade de abertura do ano do Judiciário, foi alvo de um protesto velado do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu seu afastamento em razão das investigações da Operação Lava Jato.
O presidente da Câmara disse que, por se tratar de uma visita institucional, os parlamentares deveriam ter paciência de ouvi-la, mesmo não concordando. “Normal, faz parte. A gente escuta muita coisa com que não concorda, faz parte do debate. Não é porque a gente discorda do conteúdo que se falou que a gente vai vaiar a cada conteúdo que a gente não concorda”, afirmou.
Eduardo Cunha disse que a vinda de Dilma ao Congresso sinaliza um respeito aos demais Poderes e uma tentativa de que a mensagem dela seja mais bem recebida. Para ele, a petista deveria ter feito isso durante todos os anos – ela só compareceu ao Legislativo em 2011, quando foi eleita pela primeira vez.
Questionado se o gesto de Dilma diminui a pressão pelo impeachment, o presidente da Câmara se esquivou. “Não quero tecer comentário sobre isso, nem vou falar se isso arrefece ou aumenta o impeachment. Isso é outro problema”, disse ele, ao lembrar que, a despeito do debate sobre o impedimento da presidente, há matérias que precisam ser apreciadas pelo Congresso. “A vida continua em qualquer circunstância. O outro (impeachment) é um processo a parte, então a gente não mistura uma coisa com a outra”, avaliou.
CPMF – Cunha disse que a Câmara nunca se furtou a votar absolutamente nada que o Executivo mandou e citou o fato de que a Desvinculação das Receitas da União (DRU) ainda não foi apreciada pela Casa porque o governo mandou a proposta “muito tarde” e até elogiou a sugestão de Dilma de estender a medida para Estados e municípios. Disse ainda que, mesmo que vá a plenário, acredita que a CPMF não será aprovada pelos deputados. “Acho que até não passa. Vai depender da Casa”, afirmou.
O presidente da Câmara declarou não ter baixado nem subido o tom no discurso que fez. E rejeitou a pecha de que a Casa que preside tenha feito “pauta-bomba” – matérias com aumento de despesas, contrárias ao interesse do Executivo. Para ele, se isso ocorreu, foi porque o governo não tinha controle sobre sua base aliada.
“Não teve nenhuma medida do governo que deixou de ser votada, nenhuma. Se, eventualmente, alguma emenda, alguma coisa ou medida provisória foi aprovada e vetada depois porque constituía aumento de gasto, foi a maioria que o governo não soube construir no ano passado que não permitiu que a sua vontade se fizesse nas votações. Da parte do comando da Casa, nunca houve uma tentativa minha ou uma negativa minha de submeter à votação proposta de interesse do Executivo”, disse.
Mais notícias
-
Brasil
11h26 de 08 de maio de 2024
‘Doações via Pix não vão para o governo’, afirma governador do RS
Tucano revelou que os recursos estão sendo administrados por uma entidade privada
-
Brasil
10h08 de 08 de maio de 2024
Lula anuncia R$ 18,3 bi do PAC para obras de contenção de encostas e prevenção de desastres
Anúncio ocorre em meio às chuvas que atingem o Rio Grande do Sul e afetam mais de 300 cidades.
-
Brasil
08h55 de 08 de maio de 2024
Mega-Sena: Ninguém acerta dezenas sorteadas, e prêmio acumula para R$ 40 milhões
Números sorteados foram 09 - 10 - 11 - 25 - 46 - 48
-
Brasil
07h31 de 08 de maio de 2024
Bombeiros baianos já resgataram mais de 200 pessoas e 20 animais no RS
Temporais deixaram 95 mortos, segundo balanço mais recente; afetados passam de 1,4 milhão
-
Brasil
06h32 de 08 de maio de 2024
Após enchentes no RS, governo federal vai importar arroz para evitar especulação de preços
Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção do grão no país
-
Brasil
06h14 de 08 de maio de 2024
PF vai investigar fake news sobre ações de socorro ao RS
Ministério da Justiça pediu investigação após solicitação da Secom
-
Brasil
18h22 de 07 de maio de 2024
Quando o assunto é reflorestar, muitas empresas encontram dificuldade de conseguir carta fiança
Pioneira em restauração florestal no País teve um empréstimo de R$ 187 milhões aprovado pelo BNDES, mas ainda não conseguiu sacar o dinheiro
-
Brasil
16h23 de 07 de maio de 2024
STJ nega pedido de liberdade de motorista de Porsche
Com a decisão, ele segue preso cautelarmente pela Justiça
-
Brasil
16h23 de 07 de maio de 2024
FAB leva 34 toneladas de doações às vítimas de enchentes no RS
Campanha centraliza coleta em três bases aéreas do Brasil
-
Brasil
14h37 de 07 de maio de 2024
Curso jurídico baiano oferece aulas gratuitas para estudantes de Direito do RS
Saiba como se inscrever