Governo ‘terceiriza’ financiamento de programa como Minha Casa
O programa Pronatec também deixará de ser bancado com recursos do Tesouro Nacional em 2016
As duas principais vitrines eleitorais do governo Dilma Rousseff, o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec, deixarão de ser bancadas com recursos do Tesouro Nacional em 2016.
De todas as receitas previstas para o Minha Casa Minha Vida no próximo ano, 90% deverão vir do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), fonte de recursos formada com os 8% descontados todo mês dos salários de cada trabalhador com carteira assinada. Não são, portanto, recursos públicos.
A remuneração do fundo para o trabalhador é de 3% ao ano mais Taxa Referencial (TR), muito abaixo da inflação, que já está em dois dígitos.
“O governo pediu uma intervenção no Minha Casa Minha Vida. Agora quem paga esse programa são os trabalhadores brasileiros e isso tem de ficar claro para a população”, diz Luigi Nese, representante da Confederação Nacional de Serviços (CNS) no conselho curador do FGTS. O órgão, cuja metade dos membros é indicada pelo governo, aprovou o repasse, em setembro, até para obras em andamento, com o argumento de que era preciso salvar os empregos da indústria da construção.
Nese afirma que o FGTS vai gastar R$ 30 milhões em propaganda para informar os trabalhadores de que o dinheiro do FGTS está sendo usado, a fundo perdido, no Minha Casa.
Pronatec – Outro programa na corda bamba em 2016 se não fossem recursos privados é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), voltado para o ensino técnico e profissional A presidente prometeu, durante a campanha, que abriria 12 milhões de novas vagas no programa. Com os cortes no Orçamento, o governo, depois de eleito, diminuiu a meta para 5 milhões.
O Pronatec teve as receitas, formadas por recursos públicos, cortadas pelo Congresso de R$ 4 bilhões deste ano para R$ 1,6 bilhão em 2016.
Está praticamente certo que boa parte do programa será bancada pelo Sistema S, mas o valor ainda não foi definido. Para isso, o governo vai reduzir a parcela da contribuição que as empresas são obrigadas a fazer para essas entidades, que incluem Sesi, Senai, Senac e Sebrae, para destinar a diferença ao Pronatec. Atualmente, as alíquotas variam de 0,2% a 2,5% do faturamento. Se a redução for de 20% a 30%, a perda para as entidades ficará entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões.
Ajustes – No Minha Casa Minha Vida, que tem a terceira fase sendo anunciada pela presidente Dilma desde a campanha eleitoral do ano passado, a previsão inicial do orçamento de 2016 era R$ 15,5 bilhões. Mas o forte ajuste nas contas públicas levou governo e Congresso a passarem a tesoura em R$ 8,6 bilhões para fechar o próximo ano no azul. Com isso, sobraram apenas R$ 6,9 bilhões. Se o MCMV contasse apenas com esses recursos, haveria um redução forte no ritmo de execução das obras e adiamento de novas contratações – como de fato ocorreu este ano.
A salvação do programa, que é chamariz para o governo em ano de eleições municipais, foi recorrer ao FGTS.
O orçamento aprovado do fundo para o MCMV em 2016 é de R$ 60,7 bilhões. Até este ano, o FGTS só era usado no programa para bancar descontos e juros subsidiados dos financiamentos de famílias com renda de até R$ 6,5 mil, as chamadas faixas 2 e 3.
Agora, porém, o Fundo passou a arcar com as obras das moradias direcionadas às famílias com renda mais baixa, de até R$ 1,8 mil mensais. Nesse caso, porém, os recursos são aplicados a fundo perdido, ou seja, não voltam para o fundo. Para 2016, foram aprovados R$ 4,8 bilhões para pagar as casas destinadas a esse público de baixa renda. O conselho curador autorizou o FGTS a custear até 60% do valor do imóvel em 2016, o limite é de R$ 45 mil por moradia.
Também foi criada uma nova faixa, batizada de “faixa 1,5” com recursos do FGTS. Famílias com renda mensal de até R$ 2.350 terão subsídios de até R$ 45 mil na aquisição do imóvel com juros de 5% ao ano.
Bolsa Família – Apesar das ameaças, o Bolsa Família saiu ileso aos cortes dos programas sociais em 2016. O orçamento de R$ 28 bilhões do programa de transferência de renda foi mantido à custa da redução da meta de economia que o governo precisa fazer para o chamado superávit primário, pagamento dos juros da dívida pública – de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,5%.
Essa foi uma das derrotas que pavimentaram a saída do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Ele defendia a meta de superávit de 0,7% do PIB mesmo que isso significasse corte no programa criado no governo PT.
Mais notícias
-
Brasil15h48 de 16/12/2025
Arquidiocese suspende transmissões de missas de padre Júlio Lancellotti
Sacerdote anuncia decisão durante celebração e informa pausa no uso das redes sociais
-
Brasil11h53 de 16/12/2025
Cursos técnicos ganham espaço e ampliam oportunidades no mercado de trabalho
Ensino médio integrado à formação técnica já alcança 17% dos estudantes, segundo o Censo Escolar 2024
-
Brasil11h39 de 16/12/2025
Reaplicação do Enem começa nesta terça em todo o Brasil; entenda
Aplicação é destinada para os participantes que tiveram algum problema logístico nas datas originais em que as provas foram realizadas
-
Brasil16h26 de 14/12/2025
Mais de 100 mil imóveis ainda estão sem energia em SP após apagão
Crise foi intensficada por passagem de vendaval na capital paulista
-
Brasil08h56 de 14/12/2025
Manifestantes vão às ruas de Salvador para protestar contra PL da Dosimetria
Na capital baiana, a concentração será a partir das 9h da manhã no Cristo da Barra
-
Brasil06h35 de 14/12/2025
Mega-Sena: Ninguém acerta dezenas sorteadas e prêmio acumula; saiba valor
Números sorteados foram 05 - 08 - 30 - 31 - 37 - 45
-
Brasil16h34 de 13/12/2025
CNH: Portaria estabelece novo valor para exames médicos e psicológicos; veja quanto
Atualmente, os valores cobrados pelos exames médicos para renovação da CNH variam bastante
-
Brasil15h26 de 13/12/2025
Aplicativo da CNH do Brasil atinge 12 milhões de usuários; saiba as funcionalidades
Disponível em todas as unidades da Federação, o sistema também registrou 746.965 pedidos de abertura de habilitação
-
Brasil21h20 de 12/12/2025
Gilmar Mendes solicita sessão extra do STF para analisar ações sobre o Marco Temporal
Proposta é que a votação ocorra já na próxima semana
-
Brasil21h00 de 12/12/2025
Saiba quando a segunda parcela do 13º salário deve ser paga
Primeira parcela foi paga até 28 de novembro











