Publicado em 30/12/2015 às 18h15.

Brasil registra redução de 63% na taxa de pobreza, aponta IBGE

Os dados, divulgados nesta quarta-feira (30), são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)

Redação
Foto: Wikipedia
Foto: Wikipedia

 

Nos últimos dez anos a taxa de pobreza extrema no Brasil registrou redução de 63%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), com dados nacionais das transformações sociais no Brasil. O levantamento apresentou informações sobre população, trabalho, rendimento e domicílios para Brasil. Conforme o estudo, a redução da extrema pobreza caiu 2,48% da população em 2014, um índice 63% menor que em 2004. Entre 2013 e 2014, a taxa de pobreza extrema caiu 29,8%.

O estudo associa a queda à manutenção do aumento da renda domiciliar per capita real, que passou de R$ 549,83 em 2004 para R$ 861,23 em 2014, e redução das desigualdades no Brasil, bem como ao aumento da escolaridade e das condições gerais de vida do brasileiro e a diminuição das brechas que separam negros de brancos, mulheres de homens e trabalhadores rurais de urbanos.

Com relação ao mercado de trabalho, o estudo concluiu que o desempenho dos rendimentos do trabalho, da informalidade e do desemprego foram amplamente favoráveis no período. Entre 2013 e 2014 os sinais da crise econômica já são detectados. O crescimento do rendimento médio real, que foi superior a 7% em 2006 e próximo de 6% em 2012, caiu para menos de 1% em 2014, com um crescimento do rendimento médio mensal real domiciliar per capita no Brasil de R$ 1.192,53 em 2004 para R$ 1.720,41 em 2014.

Segundo o IBGE, os dados mostram que as desigualdades de renda decrescem no Brasil de 2004 a 2014, tanto pelo índice de Gini, que mede a desigualdade, quanto por outros três índices da família indicadores de entropia generalizada. O índice de Gini do país apresenta queda de 0,570 em 2004 para 0,515 no ano passado.

A pesquisa indica que a pobreza também se reduziu independentemente do tipo de arranjo familiar, principalmente nos domicílios ocupados por mães com filhos, casal com filhos e pai com filhos., e que o aumento do desemprego impactou mais profundamente o grupo de mulheres e homens negros que o de brancos. Os negros concentraram 60,3% de todo o aumento de desemprego gerado entre 2013 e 2014. “Este grupo é mais precarizado e vulnerável ao desemprego. Sua informalidade atual é superior à taxa da informalidade de brancos de dez anos atrás”, diz o estudo.

Após dez anos de quedas sistemáticas, o trabalho infantil apresentou ligeiro aumento. A Pnad de 2014 apontou um pequeno aumento de crianças e adolescentes, entre 5 e 14 anos, ocupados no mercado de trabalho, de 839,6 mil em 2013, para 897 mil. Mais da metade (53,3%) está no campo. Segundo o texto é preciso considerar que, nas áreas rurais, muitas das crianças e adolescentes trabalham junto com a família.

O estudo Pnad 2014 – Breves análises foi organizado pelo diretor da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, André Calixtre. É composto por textos de vários pesquisadores, cada um analisando um conjunto de dados de um tema específico. Trata-se de uma interpretação do Ipea dos dados da Pnad, IBGE.

 

 

 

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