Publicado em 30/11/2015 às 14h06.

Cunha diz que suposta ligação com Esteves é ‘armação’

Acuado por mais uma denúncia, presidente da Câmara usa ataque como defesa e insinua que vazamento de anotação sobre propina do BTG seria para barrar sua decisão em relação a pedidos de impeachment de Dilma

Reuters

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), insinuou que a divulgação de uma anotação que revelaria o recebimento de propina paga a ele pelo banco BTG Pactual tem a ver com o possível anúncio nesta segunda-feira (30) de sua decisão sobre os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que deverá ser adiado.

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Cunha: ‘Armação’ para evitar impeachment/Arquivo

Cunha rebateu, em entrevista a jornalistas, acusações de que teria recebido propina do banco para apresentar uma emenda à medida provisória 608 que beneficiaria o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, preso pela Polícia Federal na última quarta-feira (25) sob acusação de tentar obstruir o andamento da operação Lava Jato.“Quero reagir com bastante indignação e desmentir com veemência isso que foi divulgado ontem (domingo). E o faço não somente pela irritação com uma situação que me parece mais uma armação”, afirmou Cunha.

“Esse assunto aqui (divulgação de anotação) primeiro tem que ficar muito bem claro para não confundir a minha decisão (sobre impeachment) com esse assunto. Acho até que o fato de eu ter anunciado que ia decidir hoje pode ter motivado isso aqui. Então, provavelmente, eu não decidirei hoje em função disso”, adiantou.

Uma anotação apreendida pela Polícia Federal junto a Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), indicaria o pagamento de R$ 45 milhões de propina do BTG à Cunha para que ele apresentasse uma emenda à MP 608 para que o banco pudesse usar créditos da massa falida do Bamerindus, da qual é proprietário.

Delcídio e seu chefe de gabinete também foram presos na última quarta acusados de buscar obstruir a Lava Jato, que investiga um bilionário esquema de corrupção na Petrobras.

Na entrevista desta segunda, Cunha negou as acusações e disse que a emenda apresentada por ele era contrária aos interesses do BTG.

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