Publicado em 08/02/2016 às 17h40.

Sargento Pimenta une Beatles e ritmos brasileiros no Rio

A festa arrastou uma multidão com cerca de 180 mil pessoas durante o dia. Fãs acompanharam a banda e cantaram músicas comoYeallow Submarine e I want to Hold Your Hand, acompanhados por 150 ritmistas

Agência Brasil
Rio de Janeiro - Bloco Sargento Pimenta se apresenta no Aterro do Flamengo para uma multidão de foliões. Foto Agencia Brasil
Rio de Janeiro – Bloco Sargento Pimenta se apresenta no Aterro do Flamengo para uma multidão de foliões. Foto Agencia Brasil

 

O hino “Chega aí, pode entrar, é o Pimenta. O sargento dá o tom. Chega aí pode entrar, é o Pimenta. Isso arde mas é bom” ecoou nesta segunda-feira (8) no Aterro do Flamengo. Paródia da canção Ob-La-Di, Ob-La-Da, dos Beatles, é a marca registrada do bloco Sargento Pimenta, que toca músicas dos garotos de Liverpool misturadas a ritmos brasileiros. A festa arrastou uma multidão com cerca de 180 mil pessoas durante o dia. Fãs acompanharam a banda e cantaram músicas comoYeallow Submarine e I want to Hold Your Hand, acompanhados por 150 ritmistas.

Este ano, o bloco que costumava sair na parte da tarde, antecipou o desfile para a manhã e renovou o repertório. Incluiu músicas como In My life e a imortal A praieira, do cantor Pernambucano Chico Science. O público, que compareceu em massa, vibrou no refrão de Hey Jude, cantado pela plateia. A canção é uma das mais longas dos Beatles e é considerada uma das dez melhores de todo os tempos por especialistas da revista inglesa Rolling Stone.

Arranjos – Um dos fundadores do bloco, Leonardo Stul, de 32 anos, disse que os arranjos são próprios e fazem uma mescla do som original com ritmos brasileiros. “Não é só o samba que incluímos. São 11: afoxé, samba, funk, marchinha, entrou outros, fazemos o melhor mix”, disse. “Do alto do bloco dá par ver que nem todo mundo canta as letras, em inglês, mas curte, dança.”

Ele dá três razões para o sucesso do bloco, que já virou banda e faz shows pelo país durante o ano todo: o próprio sucesso dos Beatles, o fenômeno do carnaval carioca em si e organização do bloco. “Corremos atrás de tudo, desde a formação dos músicos até a organização do evento de carnaval”, explicou. Este ano, com caixas de som mais potentes, a música pode ser ouvida a distância.

Figura presente na maioria dos desfiles do Sargento, o ilustrador Daniel Gnattali, de 30 anos, fantasiado de John Lennon, fez participações no palco, cantando com os músicos. Também tirou fotos com outros fãs e matou a saudade de ouvir Beatles ao ritmo de samba no bloco que entrou definitivamente para o calendário do carnaval carioca.“A cada ano o bloco fica mais interessante, aprimora o repertório, inclui novas músicas, é muito legal”, disse.

Protegida do sol forte, dançando embaixo de umas das árvores do aterro, a estudante Melina Lopes Santos, de 21 anos, se destacou com uma fantasia da canção Can’t buy me love/Mas aceito cerveja. Ela segue a banda há quatro anos e em todas as edições monta sua fantasia inspirada em uma canção. “Todo ano tento vir de alguma música, já vim de Yellow Submarine“, contou. “Esse é um dos blocos mais aguardados”, acrescentou.

Para tocar no Sargento Pimenta, é preciso frequentar uma oficina de percussão do próprio bloco, no Rio de Janeiro, a partir de maio. São cerca de oito meses de aula.

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