Publicado em 22/04/2020 às 09h14.

39% dos patrões dispensaram diaristas sem pagamento durante pandemia, diz pesquisa

Levantamento indica também que 39% dos empregadores mantêm suas funcionárias mensalistas trabalhando mesmo na quarentena

Redação
Foto ilustrativa: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias
Foto ilustrativa: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

 

Desde o início da pandemia de coronavírus, 39% dos empregadores de domésticas diaristas abriram mão do serviço destas profissionais e não mantiveram suas diárias.

É o que revela reportagem da BBC Brasil, com base em uma pesquisa que será divulgada nesta semana.

Segundo o site, o índice aferido é ainda maior entre os entrevistados pertencentes às classes A e B — camadas da sociedade em que a renda por pessoa da família é superior ao teto de R$ 1.526 mensais que limita a classe C.

Nesse grupo (A e B), o percentual de empregadores que dispensaram as diaristas sem pagamento é de 45%.

De acordo com a BBC, o levantamento indica também que 23% dos empregadores e empregadoras de diaristas e 39% dos patrões de mensalistas afirmaram que suas funcionárias continuam trabalhando normalmente, mesmo durante o período de quarentena.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Locomotiva entre os dias 14 e 15 de abril.

Segundo o estudo, 39% dos patrões e patroas de mensalistas e 48% dos de diaristas declararam que suas funcionárias estão mais protegidas contra o novo coronavírus: estão em casa, mas recebendo o pagamento normalmente para cumprir o distanciamento social requerido contra a doença.

À BBC, o sócio e presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, disse que os dados mostram um retrato duplamente preocupante: indicam que, além das muitas trabalhadoras que estão sem renda e sem condição de atender às necessidades básicas de suas famílias, há um outro contingente grande de faxineiras que está trabalhando normalmente e se deslocando por grandes distâncias pela cidade e pelos transportes públicos; sem poder atender às recomendações da Organizaç

A partir de meados de março, quando as primeiras medidas de suspensão de aulas e serviços públicos começaram a ser adotadas em Estados do Brasil como forma de evitar que o número de casos de Covid-19 crescesse além da capacidade dos hospitais de atendê-los, aumentaram os relatos de trabalhadoras domésticas que se viram sem renda de um dia para o outro, destaca a reportagem.

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