Publicado em 14/04/2020 às 17h05.

Flexibilizar medidas restritivas está fora de cogitação, diz ACM Neto

Nesta terça (14), o prefeito de Salvador anunciou limitações de acesso a supermercados e lançou assistente virtual para atender população

Estela Marques
Foto: Max Haack/ Secom PMS
Foto: Max Haack/ Secom PMS

 

Ao contrário do que alguns prefeitos cogitaram, ACM Neto, chefe do Executivo de Salvador, não considera suspender qualquer medida restritiva imposta no último mês para conter a propagação do novo coronavírus. Nesta terça-feira (14), o democrata anunciou limitações de acesso a supermercados e o envio de um projeto de lei à Câmara Municipal para ampliação do programa assistencial ‘Salvador por Todos’.

Em coletiva de imprensa, o diretor de Modernização da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), Luiz Gaban, também apresentou uma ferramenta com informações sobre a necessidade de o cidadão buscar uma unidade de saúde, a partir de histórico de sintomas e deslocamento do usuário; unidades de saúde disponíveis na cidade e medidas tomadas pela prefeitura para conter o vírus. A assistente virtual do município recomenda, conforme realidade do usuário, quais ações deve tomar em caso de suspeita de infecção.

As medidas apontam para a permanência do foco da capital baiana em conter a curva de contaminação do novo coronavírus para prolongar o pico de casos de Covid-19. Por causa disso, não há previsão de retorno das aulas em Salvador ou retomada da normalidade do funcionamento de estabelecimentos comerciais. O prefeito ACM Neto chegou a dizer que não há qualquer cogitação de se flexibilizar tais medidas.

“Temos equipe com técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, com suporte da Fiocruz, que examinam números e avaliam a curva de Salvador. Não há ainda como afirmar com segurança quando esse pico vai ser alcançado. O fato de a gente estar controlando vai adiando o atingimento do pico, vai achatando a curva. O que precisamos ter é visão de médio e longo prazo, que essa curva não vai fugir ao controle nem haverá estouro de casos de coronavírus em nossa cidade. Enquanto isso, vamos preparado a rede de assistência à saúde. Quando a rede estiver preparada, a gente vai começar a defender medidas de suspensão das restrições. Decisão sempre técnica, científica, com base no opinativo dos nossos técnicos em saúde pública. Não é vontade ou achismo do prefeito”, declarou.

Deslocamento da população

Para manter a contaminação pelo novo coronavírus sob controle, a recomendação das autoridades sanitárias é que as pessoas fiquem em casa. Em alguns estados, e até mesmo no governo federal, foi cogitada a possibilidade de monitorar a taxa de deslocamento da população a partir de dados disponibilizados pelas operadoras de telefonia. Mas em Salvador, não.

De acordo com o prefeito ACM Neto, duas ferramentas utilizadas pela prefeitura são suficientes para averiguar o volume de pessoas em circulação na capital baiana. Um programa de monitoramento da Transalvador dá diariamente o número de veículos em circulação na cidade, comparando com o dia anterior e até com o mesmo dia da semana anterior. Também dá pra saber quantas pessoas são transportadas na cidade.

“Existe percepção e sentimento de que as pessoas estão indo para o calçadão da orça, para as praças, mas os dados de movimentação de veículo e passageiros no transporte público não vêm registrando aumentos, o que nos faz crer que o controle está sendo bem aceito e o apelo para que as pessoas respeitem o decreto está valendo”, avaliou.

Por outro lado, há ainda a preocupação com a população que vive em bairros mais populosos. Nesse caso, o prefeito acredita que a única alternativa é insistir no pedido de que as pessoas saiam apenas em caso de necessidade, já que o protocolo adotado não é de quarentena absoluta.

“O mapa de Salvador mostra que o coronavírus está espalhado na cidade. Há concentração maior em alguns bairros, porém em todas as regiões administrativas já existem casos confirmados de coronavírus. Em função do adensamento dos bairros mais periféricos da cidade, em função da concentração de pessoas vivendo no mesmo cômodo nos bairros de baixa renda, é claro que o cuidado nessas áreas é maior e o apelo precisa ser reforçado, para que pessoas saiam de casa só se precisarem”, acrescentou Neto.

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