Publicado em 02/10/2020 às 06h37.

Governo Bolsonaro defende repasse a programa de Michelle: Saúde não precisava mais de testes

Em comunicado à imprensa, Presidência diverge da empresa Marfrig, que doou R$ 7,5 milhões para o combate à pandemia

Redação
Foto: Marcos Corrêa/PR
Foto: Marcos Corrêa/PR

 

O governo de Jair Bolsonaro saiu em defesa do repasse de R$ 7,5 milhões para um programa liderado pela primeira-dama, Michelle. O Palácio do Planalto divergiu da própria empresa que realizou a doação e disse que “o Ministério da Saúde não precisava de mais equipamentos” para testes no combate à pandemia da Covid-19.

Na noite de quinta-feira (1º), a Secretaria de Comunicação da Presidência da República enviou nota à imprensa comentando o caso, que foi divulgado um dia antes: a Marfrig doou o montante milionário para que o governo comprasse testes, mas a verba foi parar no Pátria Voluntária, de Michelle.

Depois do desvio ter sido revelado pela Folha de S.Paulo, o Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) e a oposição demonstraram interesse em investigar o caso.

Resposta – O posicionamento divulgado pela Secom, apesar de confirma a mudança de destino do recurso, diverge do relato feito pela empresa doadora. A assessoria da Presidência disse que a Saúde declinou da doação “porque não precisava mais dos equipamentos” para os testes e que então a Marfrig procurou o Pátria para o dinheiro ser usado em alimentos e produtos de proteção e de higiene.

O Palácio do Planalto diz que foi a empresa que “optou por repassar a doação ao programa para atender às necessidades de entidades sociais a elas vinculadas. Especialmente para a compra de alimentos, produtos de proteção e de higiene para pessoas em situação de vulnerabilidade, realizadas por chamadas públicas”.

De acordo com nota da Marfrig, no entanto, no dia 20 de maio, dois meses após o anúncio de sua doação para os testes de Covid-19, a Casa Civil enviou “comunicação oficial” com detalhes sobre o programa de voluntariado e informando que os valores doados deveriam ser depositados numa conta da Fundação do Banco do Brasil, gestora dos recursos do Pátria, “com fim específico de aquisição e aplicação de testes de Covid-19”.

Somente dia 1° de julho, segundo ela, o destino do dinheiro transferido ao governo mudou. “Como a ação estava diretamente ligada à mitigação dos danos causados pela pandemia, a Marfrig concordou com a nova destinação dos recursos doados”, disse a empresa.

Ou seja, segundo a empresa, partiu do governo, em julho, e não em maio, a sugestão de usar os recursos que não fossem para a compra de testes de Covid-19. As informações são da Folha de S.Paulo.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.