Publicado em 11/02/2021 às 06h31.

Governo federal usou Fiocruz para produzir 4 milhões de comprimidos de cloroquina

Medicamento sem eficácia para Covid-19 foi fabricado com recursos emergenciais

Redação
Foto: Reprodução/Agência Pará
Foto: Reprodução/Agência Pará

 

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido), por meio do Ministério da Saúde, usou a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para produzir 4 milhões de comprimidos de cloroquina.

Documentos mostram que para viabilizar a produção foram aplicados recursos públicos emergenciais voltados para ações contra a Covid-19 e que a destinação prevista do medicamento era para pacientes com coronavírus.

De acordo com a Folha de S.Paulo, os documentos, datados de 29 de junho e 6 de outubro, mostram a produção de cloroquina e também de fosfato de oseltamivir (o Tamiflu) pela Fiocruz, com destinação a pacientes com Covid-19.  Os dois medicamentos não têm eficácia contra a doença, segundo apontam vários estudos.

O dinheiro que financiou a produção partiu da MP (Medida Provisória) nº 940, editada em 2 de abril por Bolsonaro para o enfrentamento de emergência do novo coronavírus, como consta nos dois documentos enviados pelo Ministério da Saúde ao MPF (Ministério Público Federal) em Brasília.

A MP abriu um crédito extraordinário, em favor do ministério, no valor de R$ 9,44 bilhões. Para a Fiocruz, que é vinculada à pasta, foram destinados R$ 457,3 milhões para “enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus”.

Os documentos enviados ao MPF apontam gastos de R$ 70,4 milhões, oriundos da MP, com a produção de cloroquina e Tamiflu pela Fiocruz. Os ofícios associam a produção dos dois medicamentos aos recursos destravados para a pandemia

. As drogas se destinam a pacientes com Covid-19, segundo os mesmos ofícios, elaborados por uma coordenação da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde.

No Brasil, a Fiocruz é a responsável pela importação e produção da vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford.

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