Publicado em 25/04/2016 às 19h10.

‘Se não fosse jogador, teria sido assassino’ afirma Felipe Melo

Em entrevista a emissora de televisão, jogador relembra começo da carreira e como o futebol o tirou de uma possível vida no crime

Redação
Foto: Getty Images
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Desleal, brigão e cabeça-quente. Tais predicados são atribuídos a Felipe Melo. Ainda que de qualidade inquestionável dentro de campo, o volante peca por sua completa irresponsabilidade e constantemente se mete em encrencas, como o cúmulo de fazer uma torcida inteira invadir o campo para agredi-lo, no clássico entre Galatasaray e Besiktas pelo inflamado campeonato Turco.

Atualmente na Inter de Milão, da Itália, o jogador deu uma entrevista ao canal Sky Sports e relembrou a origem humilde e como o futebol o salvou de uma possível vida no crime. “Se não fosse jogador de futebol, teria sido um assassino. Vivia em uma das favelas mais perigosas e ali tinham muitas drogas e armas. Deixei aquela vida para seguir meu sonho. Às vezes, ia ao treino e na volta, algum amigo meu tinha morrido. Tinha de dizer sim ao futebol ou a uma vida má. E eu disse sim ao futebol e uma vida diferente”, afirmou.

Felipe relembrou ainda os percalços que grande parte dos jovens brasileiros passa em busca do sonho de ser futebolista. “Quando acertei com o Flamengo foi difícil, porque a princípio tinha de pegar um ônibus que levava duas horas até o campo de treinamento. Além disso, tinha de pagar o transporte. Meu pai, que fazia duas jornadas de trabalho, deixou seu emprego e começou a levar aos treinos. Às vezes, dava um pouco do meu café. Quando tinha dez anos, era só um garoto que queria jogar com meus amigos e perguntava porque tudo era tão difícil. Agora dou muita importância para esses sacrifícios porque me permitiram chegar até aqui”, completou o atleta, que foi revelado no clube carioca e passou por Grêmio, Mallorca-ESP, Racing Santander-ESP, Almería-ESP, Fiorentina-ITA, Juventus-ITA e Galatasaray-TUR, além da Seleção Brasileira.

Felipe viveu seu momento mais controverso quando fez parte do elenco da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, em que, após um pisão em Robben na partida das quartas de final contra a Holanda, foi expulso no jogo em que o Brasil acabou desclassificado. Depois daí, nunca mais vestiu a “canarinha”. “Não vou negar, não posso fugir do erro da Copa do Mundo. Aquilo foi um erro, mas não aconteceu mais. Os erros servem para a gente aprender. Hoje tenho 30 anos, e a tendência é você melhorar e crescer, no aspecto mental também”, finalizou.

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