Publicado em 16/04/2024 às 20h40.

Juiz questiona sobre providências contra ‘contador de Lulinha’

O magistrado redigia nova ação contra PCC ao relembrar o nome do contador João Muniz Leite, conhecido como o ‘contador do Lulinha’

Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

O juiz Leonardo Valente Barreiros estava terminando de redigir sua manifestação a respeito do caso UPBus, empresa de ônibus acusada de lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), quando listou dez investigados e uma empresa que não foram denunciados, não sofreram qualquer sanção, bem como não tiveram as acusações contra eles arquivadas pelo Ministério Público Estadual.

O magistrado lembrou do nome do contador João Muniz Leite, conhecido como o ‘contador do Lulinha’, e resolveu abrir processo sob as acusações de organização criminosa e lavagem de dinheiro contra 19 réus da Operação Fim da Linha.

O magistrado determinou que sejam dadas vistas no processo aos promotores para que digam o que pretendem fazer com Muniz Leite e os demais integrantes desse outro grupo de investigados.

A manifestação mostra que o caso UPBus ainda pode ter desdobramentos e atingir novos personagens, depois de o juiz da 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital e determinar ainda a manutenção do bloqueio de bens de até R$ 88 milhões, decretando a prisão preventiva de três dos 19 réus nesta terça-feira, dia 16.

A própria inteligência da Receita Federal, que participou com os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da força-tarefa da Operação Fim da Linha, alertou para o papel importante dos contadores na montagem do esquema fraudulento ligado à facção criminosa. Um deles, aliás, ligado à empresa de ônibus Transwolff, teve a prisão preventiva decretada no dia 9. A Receita também relatou o possível uso de prêmios de loterias oficiais para a lavagem de dinheiro.

Os promotores estão agora analisando o material apreendido nas buscas realizadas no dia 9 de abril para decidir o destino do contador e dos demais acusados, assim como da empresa listada pelo magistrado ao lado do grupo, a EZ Multimarcas. Ali os fiscais da Receita encontraram uma espécie de contabilidade paralela na qual estariam listados quase uma centena de carros de luxo cuja propriedade verdadeira permanecia oculta em razão de eles terem sido transferidos para seus donos. Ao todo, 21 investigações foram abertas pela Receita com base no material apreendido.

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