Publicado em 22/09/2016 às 09h36.

Mantega deve ser levado ainda nesta quinta para Curitiba

Operação investiga o contrato para duas plataformas de exploração de petróleo para as camadas do pré-sal

Rebeca Bastos
Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/Foto de arquivo de 04/02/2014
Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/Foto de arquivo de 04/02/2014

 

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega está detido na sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo. Ele foi preso temporariamente, na manhã desta quinta-feira (22), durante a 34ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Arquivo X. O ex-ministro será levado ainda nesta quinta para Curitiba, sede das apurações da Lava Jato.

Mantega recebeu voz de prisão logo cedo, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde acompanhava uma cirurgia da mulher, que luta contra um câncer.  Ele é suspeito de cobrar propinas no esquema de corrupção da Petrobras. O negócio investigado é o contrato para duas plataformas de exploração de petróleo P-67 e P-70, para as camadas do pré-sal, de consórcio formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX.

A OSX, que tinha o empresário Eike Batista como presidente do Conselho de Administração, foi alvo da ação. O nome da operação, “Arquivo X”, é uma referência ao grupo do Eike, cujas empresas traziam o X nas logomarcas. Não há mandados contra o empresário

Em depoimento ao MPF, Eike declarou que, em 1º de novembro de 2012, recebeu pedido do então ministro Guido Mantega para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões ao PT. Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes.

Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em 19 de abril de 2013 foi realizada transferência de US$ 2.350.000,00 no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.

Prisão – A Polícia Federal informou que após contato telefônico, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega se entregou à Operação Arquivo X, 34ª fase da Lava Jato. Com essa informação, a PF busca rebater a versão de que Mantega foi capturado no centro cirúrgico do hospital.

A NOTA DA PF:

Sobre o cumprimento de mandados durante a 34ª fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal informa:
1 – Ao comparecer hoje, às 6hs, na residência do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o cumprimento de ordens judiciais, constatou-se que apenas o filho adolescente do investigado e uma empregada doméstica estavam presentes no local;
2 – Ao serem informados pelos ocupantes do apartamento que Mantega encontrava-se no Hospital Albert Einstein, a PF dirigiu-se ao local;
3 – Nas proximidades do hospital, policiais federais fizeram feito contato telefônico com o investigado, que se apresentou espontaneamente na portaria do edifício;
4 – De forma discreta e em viatura não ostensiva, o investigado acompanhou a equipe até o apartamento e, já tendo feito contato com seu advogado, foi então iniciado o procedimento de busca.
5 – Tanto no local da busca como no hospital todo o procedimento foi realizado de forma discreta, sem qualquer ocorrência e com integral colaboração do investigado.

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