Publicado em 26/10/2017 às 21h00.

Ministros discutem e trocam ofensas durante julgamento no STF

Luís Roberto Barroso afirmou que Gilmar Mendes tem "leniência em relação a criminalidade do colarinho branco"; veja o vídeo

Redação
Foto: Montagem / bahia.ba
Foto: Montagem / bahia.ba

 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso trocaram ofensas na sessão da Corte na tarde desta quinta-feira(26).

A discussão ocorreu durante o julgamento sobre a validade da uma decisão que envolve a extinção de tribunais de contas dos municípios. O estopim para o início da briga ocorreu após Mendes criticar a situação financeira do Rio de Janeiro, estado de origem de Barroso.

Barroso questionou se, no Mato Grosso, estado de Gilmar “está tudo muito preso”, em referência aos políticos detidos no Rio, e complementou: “Nós prendemos, tem gente que solta”.

Em resposta, Gilmar afirmou que o colega, ao chegar ao STF, “soltou José Dirceu”, ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva e condenado no caso do mensalão.

Em seguida, os ministros foram interrompidos pela presidente Cármen Lúcia, mas voltaram a discutir. Ao tentar encerrar a discussão, a magistrada lembrou aos colegas que eles estavam “no plenário de um Supremo Tribunal” e que ela gostaria de voltar ao caso em julgamento.

Na segunda parte do bate-boca, ao explicar as razões pelas quais concedeu indulto a Dirceu, Barroso acusou Mendes de ser parcial em suas decisões. “Não transfira para mim essa parceria que Vossa Excelência tem com a leniência em relação a criminalidade do colarinho branco”, afirmou.

Ao rebater as declarações, Gilmar Mendes disse que não é “advogado de bandidos internacionais”, em referência ao trabalho de Barroso como defensor do ex-ativista italiano Cesare Battisti, antes de ser nomeado ao STF.

Na tréplica, Barroso disse a Gilmar: “Vossa Excelência vai mudando a jurisprudência de acordo com o réu. Isso não é Estado de Direito, isso é Estado de compadrio. Juiz não pode ter correligionário”.

Após o debate acalorado, o julgamento foi retomado e concluído. Os ministros mantiveram a decisão da Assembleia Legislativa do Ceará, que extinguiu os tribunais de contas dos municípios do estado.

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