De Ponta a Ponta – Resumo da semana
Mapa político de Teixeira de Freitas, Valença, Porto Seguro, Paulo Afonso e Simões Filho
No maior município do extremo-sul da Bahia, Teixeira de Freitas, o prefeito João Bosco, do PT, briga contra os adversários tradicionais e mais os altos índices de rejeição, mas mesmo assim está determinado a disputar a reeleição.
Bôsco acredita que tem condições de reverter o quadro diante das obras que vem implementando e tributa muito dos seus infortúnios a sistemática oposição que sofre do ex-deputado Uldurico Pinto, um aliado de 2012, que usa a rádio de sua propriedade, a Caraípe FM, até para xingá-lo. Os aliados do prefeito contam com o que considera um trunfo para amealhar votos: a policlínica a ser feita pelos consórcios de saúde do Estado, uma das primeiras, envolvendo 21 municípios da região, como Caravelas, Ibirapuã, Itamaraju, Itanhém, Jucuruçu, Lajedão, Vereda, Prado e Nova Viçosa, Alcobaça, Medeiros Neto e Mucuri, é obra que tem boa pegada.
No próximo ano, a campanha deve polarizar novamente entre Bosco e Temoteo, que vem de quatro derrotas seguidas na disputa pela prefeitura local e, não conseguiu reeleger-se deputado estadual. A ex-vereadora Marta Helena, do PSDB, que foi candidata a vice de Temoteo em 2012,também está na briga.
A prefeita de Valença, Jucélia Nascimento dá mesmo muito sorte na política.
Em 2012, ela foi lançada pelo ex-prefeito Ramiro Queiroz, que no meio da campanha tentou forçá-la a renunciar para apoiar Martiniano Costa, do PT, que tinha como principal adversário e líder nas pesquisas Ricardo Moura (PMDB).Jucélia era a zebra. Resistiu, rompeu com Ramiro. Na outra banda, Martiniano denunciou Ricardo ao STF porque em 2004 foi cassado na condição de vice do então prefeito Renato Assis.
A poucos dias da eleição, o ministro Joaquim Barbosa, então presidente do STF e no TSE, num caso único no Brasil, acatou com base na Lei Ficha Limpa, que foi instituída em 2010. Ou seja, a lei retroagiu para prejudicar. Ricardo teve que ser substituído pelo irmão, Luciano, a oito dias da eleição, e Jucélia faturou a eleição por 66 votos de vantagem.
Em Valença tradicionalmente eleições tem clima de Ba-Vi. Até agora desta vez só tem um lado definido, o de Jucélia. Falta o outro time entrar em campo. E pode ser que ao invés de um, entrem vários. A prefeita agradece.
Na Terra do Descobrimento, Porto Seguro, as eleições passaram a ser disputadas com a gana de quem pretende conquistar uma Capitânia Hereditária. Ubaldino Pinto Júnior (PMDB), o prefeito da festa dos 500 do Brasil, recebeu um montão de dinheiro e se melou na mesma proporção.
Foi cassado e até hoje está inelegível, mas também até hoje figura como ator principal, mesmo perdendo.Ubaldino tinha três planos para a eleição local. Dois deles se embaraçaram na lei da ficha limpa e o terceiro já começa a entrar água. Ele lançou o irmão, Lúcio Pinto, em 2012, que perdeu para Cláudia, mas agora o próprio Lúcio também está inelegível e responde a processo por uso indevido da rádio da família, prática comum por lá.
Ubaldino Pinto Júnior importou o primo Uldurico Pinto Júnior (PTC) de Teixeira de Freitas, aos 22 anos, eleito deputado federal, em 2014, como o mais jovem do Brasil. .Agora é o próprio Uldurico Júnior quem é acusado de abuso de poder da comunicação pelo primeiro suplente da Coligação Juntos Somos Fortes, o vereador de Salvador Joceval Rodrigues (PPS).
Quem também entrou na disputa foi a ex-secretário municipal de Governo, Roberta Caíres, pelo Partido Solidariedade, com o apoio do PEN e do PPS do deputado federal Artur Maia, que levou a ex-secretária para o Solidariedade, quando ainda estava no partido.
Já o deputado estadual e ex-prefeito de Porto Seguro Jânio Natal (PRP) transferiu seu domicílio para Belmonte, onde também já foi prefeito, para apoiar o irmão Jonival Natal, mas não esconde que tem um acordo os Pinto, como reconheceu a um site de notícias local.
Na Terra Máter do Brasil, 515 anos após a chegada de Cabral, os atores principais do jogo são esses. Hoje, Cláudia Oliveira é favorita.
Em Paulo Afonso, no norte baiano, terra do segundo maior complexo hidrelétrico do Brasil, atrás apenas do Pará, o clima político para a campanha eleitoral de 2016 ainda é de baixa voltagem. Lá, o choque de entusiasmo comum às disputas eleitorais aguarda a definição das principais pré-candidaturas.
Por enquanto, só há um pré-candidato declarado, Luiz Aureliano de Carvalho Filho (PT), ex-secretário de Saúde e ex-diretor do Hospital Nair Alves de Souza. Sem poder se candidatar ao cargo, por já ter sido reeleito em 2012, o prefeito Anilton Bastos (PDT) não esconde de ninguém que deseja ser sucedido pelo ex-deputado federal Luís de Deus, que o introduziu na vida pública; hoje no DEM, mas cortejado pelos governistas, como o senador Otto Alencar (PSD). Ironicamente, ele enfrenta a concorrência amistosa do irmão, Paulo Barbosa de Deus, que foi prefeito de Paulo Afonso e já manifestou o desejo de voltar ao cargo. Paulo aguarda a decisão de Luís para anunciar o que fará da vida.
Outro nome de peso da politica local é o deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP), que, segundo rumores, estaria disposto a concorrer à Prefeitura de Paulo Afonso, embora muita gente não acredite, já que o pai, hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), está implicado na Lava Jato, mas ancora-se na imunidade que tem, pela função que exerce.
Caso isso não aconteça, o PP terá candidatura própria e o nome mais cotado é o do presidente da Bahia Pesca, Val Oliveira, filho da terra. Em síntese, só duas pessoas sabem o que será da campanha em Paulo Afonso em 2016: Deus e Luiz de Deus.
Há 24 anos o prefeito Eduardo Alencar (PSD) e o antecessor, Edson Almeida, se revezam no comando da prefeitura de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Em 2016 eles estão fora, e a campanha tende a polarizar entre os grupos de Eduardo Alencar (PSD) e Diógenes Tolentino, o Dinha, do PMDB.
Na fila dos candidatos de Eduardo estão o vice-prefeito Neco Almeida, irmão de Edson, e o médico Alfredo Assis, secretário de Saúde, que realiza um trabalho muito bem avaliado. Até agora, o prefeito não se pronunciou, mas tem um adversário consolidado, que é Dinha, e para enfrentá-lo primeiro tem que arrumar a casa.
Recentemente, num encontro das oposições, que contou com a participação do SD foi referendada a união PMDB E DEM em torno de Dinha. Ele diz esperar que a unidade aconteça “para o bem de Simões Filho” (e principalmente dele, é claro).
Além dos já citados, o diretor do hospital municipal, João Luís e o empresário César Diesel, também se colocam como pretendentes. O vereador Joel Cerqueira (PT), presidente da Câmara local, chegou a se colocar, mas saiu. A vereadora Cleide Vieira retirou a candidatura, pelo PSC, para apoiar Dinha.
A briga é boa. E Dinha fecha 2015 em aparente vantagem, até porque foi candidato em 2012. Mas, campanha sempre interessa como termina e não como começa.
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