Publicado em 10/09/2019 às 12h04.

ACM Neto sobre declaração de Carlos Bolsonaro: ‘Não aceito’

Prefeito de Salvador afirmou que a democracia deve estar "acima de tudo"; na segunda (9), filho de presidente criticou "vias democráticas"

Matheus Morais / André Carvalho
Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil

 

O prefeito ACM Neto (DEM) rechaçou nesta terça-feira (10) a declaração de Carlos Bolsonaro (PSC), em que diz que o país não terá a transformação desejada por “vias democráticas”. Para o chefe do Executivo da capital baiana, nada que puder trazer “qualquer tipo de dúvida a respeito da garantia dos pilares democráticos e das nossas instituições” terá o seu apoio. A afirmação foi feita durante a cerimônia de assinatura de concessão do novo Centro de Convenções de Salvador com uma empresa francesa.

“Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos… e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!”, postou o vereador carioca na rede social.

Instado a comentar o assunto em entrevista coletiva, ACM Neto afirmou “condenar” e “não aceitar” as declarações do filho de Jair Bolsonaro. Neto disse que “a democracia está acima de tudo, de qualquer governo, de qualquer prefeito, de qualquer presidente”, tratando-se de “um valor absoluto, pela qual nós devemos lutar com todas as nossas forças”.

O presidente nacional dos Democratas lembrou que esta “não é a primeira declaração equivocada que é dada pelo filho do presidente e provavelmente não será a última”, ressaltando esperar que “esta não seja a posição do presidente”, que, segundo ele, “nenhum momento, colocou sob questionamento a preservação da democracia”.

Segundo o prefeito de Salvador, “o presidente em hora nenhuma compactuou ou comungou com isso [valores antidemocráticos]”. Bolsonaro, no entanto, desde que assumiu o cargo em janeiro, deu uma série de declarações em que exalta regimes ditatoriais da América do Sul —ele elogiou, por exemplo, o torturador Carlos Brilhante Ustra, o ditador paraguaio Alfredo Stroessner e o ditador chileno Augusto Pinochet, além de ter autorizado a celebração do Golpe de 1964 por parte do Exército brasileiro.

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