Publicado em 10/06/2019 às 09h56.

Colaboração entre Moro e Dallagnol pode ser grande ‘escárnio’ processual, diz Föppel

Em entrevista à rádio Metrópole, advogado afirmou que não é papel de um magistrado orientar como a acusação deve proceder

Alexandre Santos
Foto: Reprodução/ Facebook
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O advogado criminalista Gamil Föppel diz que, se a troca de colaborações entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol for comprovada, “estaremos diante talvez de um dos maiores escárnios processuais de que se tem notícia”. O caso foi revelado em reportagens publicadas pelo site Intercept Brasil no domingo (9).

“A análise que precisa ser feita é uma análise técnica. Não estamos aqui fazendo análise politica nem preocupado com sujeitos que estão por trás disso. Mas, se esses fatos são verdadeiros, partindo da premissa de que esses fatos são verdadeiros, estaremos diante talvez de um dos maiores escárnios processuais de que se tem notícia”, declarou Föppel em entrevista à rádio Metrópole na manhã desta segunda (10).

Na avaliação do advogado, não é papel de um magistrado orientar como a acusação deve proceder. “O juiz, num sistema processual democrático, é alguém imparcial, é alguém que está ao mesmo tempo entre e supra as partes. Não é papel do juiz dizer: ‘Inverta as fases da operação’. Não é papel de juiz dizer que comete-se um erro porque se está há 30 dias sem operação nas ruas. Isso, se verdade for, é bom que se coloque no condicional, é inominável. É um absurdo sem precedentes”, disse.

“Não é papel de um juiz, em processo acusatório, investigar nada. Quem investiga a polícia ou o Ministério Público, a partir de uma denúncia no Supremo. O juiz é um garantidor de liberdades fundamentais”, pontuou Föppel, que representa a família Vieira Lima em processos na operação Lava Jato.

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